A derrota para o Flamengo, na partida de ida das oitavas de final da Taça
Libertadores, no duelo particular entre Ronaldo e Adriano, deu destaque a um
problema que já era aparente no Corinthians: a queda de rendimento do
Fenômeno, que só balançou as redes cinco vezes, em 15 jogos disputados na
atual temporada. O diretor de futebol corintiano, Mário Gobbi, admite que o
desempenho do atacante é inferior ao de 2009, mas freia as críticas ao
jogador, a quem chama de gênio. O dirigente ressaltou a movimentação do
camisa 9 no Maracanã, apesar da forte chuva.
- Ronaldo é um ser humano, e tem momentos bons e ruins dentro e fora de
campo. Não conseguimos que ele chegasse ao nível que chegou no ano passado,
mas nós estamos trabalhando, ele vai chegar a este nível. Ele teve uma
melhora, se você tiver o foco na movimentação dele, vai notar que, num campo
como estava o Maracanã, ele nunca se deslocou tanto quanto na partida de
quarta-feira. Ele é um gênio e temos que dar apoio. Ele está treinando para
isso e vai atingir o que a gente quer. É uma questão de paciência, as coisas
não são tão simples assim como as pessoas pensam – disse Gobbi, em
entrevista à rádio “Jovem Pan”.
Para Gobbi, a mera presença de Ronaldo em campo - deslocando marcadores e
criando condições para seus companheiros armarem jogadas – conta como um
trunfo da equipe do técnico Mano Menezes.
- O Ronaldo em campo, só ele, leva dois marcadores junto. O deslocamento
dele abre espaço para que outros façam a jogada, a visão não é tão explícita
como parece ser. Sabemos que temos que evoluir e estamos fazendo de tudo
para isso. Tenho convicção plena que veremos algo muito melhor e diferente
no Pacaembu.
Apesar da defesa ao ídolo, o dirigente não descarta a possibilidade de o
Fenômeno ser barrado do time titular e garante que a diretoria não terá
interferência no trabalho da comissão técnica.
- Em tese, qualquer jogador pode ficar no banco, quem decide isso é a
comissão técnica e o treinador. Os profissionais do Corinthians conduzem a
parte tática e técnica do grupo. Eles decidem, a administração do clube não
se envolve nisso.
Sem esperar mudanças na equipe para o jogo decisivo contra o Fla no Pacaembu,
Gobbi reforça que a meta corintiana no ano é a conquista inédita da Taça
Libertadores.
- A porta do navio está fechada, e o destino final é a Libertadores. Falar
não resolve, tem que pegar o barco para sair dessa maré revolta. Não dá
tempo de mudar nada, não queremos mudar nada, o grupo é excelente, a
comissão técnica também, o jogo não terminou. Temos que trabalhar muito, ter
humildade e serenidade, e procurar a vitória - concluiu. |