Além de alegrar a fiel torcida corintiana, um gol contra o Internacional,
nesta quarta-feira, pelo primeiro jogo da final da Copa do Brasil,
originado da cabeça de Ronaldo deixará mais uma pessoa feliz: o
ex-técnico Carlos Alberto Silva.
Atualmente trabalhando no ramo de turismo, em Belo Horizonte, o
ex-treinador recorda ter feito parte do processo de formação de Ronaldo
em 1993, quando o atacante ainda atuava pelo Cruzeiro, e admite se
sentir contente quando o seu pupilo marca gols através de fundamentos
aprimorados por ele.
- Procurávamos sempre trabalhar nos seus defeitos. Para cabecear, por
exemplo, Ronaldo encobria o pescoço. Mas tínhamos bons cruzadores, como
o Paulo Roberto, que nos treinos cruzava da diagonal e de frente. Quando
o vejo fazendo um gol de cabeça, fico muito alegre revelou.
O fundamento, porém, nunca foi o forte de Ronaldo. Dos 15 gols marcados
em Copas do Mundo, por exemplo, apenas um foi de cabeça, em 2006, contra
o Japão. Já neste ano, dos dez feitos pelo Timão, apenas o primeiro,
contra o Palmeiras, saiu de uma cabeçada.
Silva, responsável por levar Ronaldo ao time profissional do Cruzeiro,
relembra das principais características do jogador e afirma que ele
conseguiu mantê-las ao longo da carreira.
- Estávamos nos preparando para uma excursão para a Europa e pedi mais
um jogador para o elenco. Me disseram que tinha um menino que estava
chegando da Seleção infantil, e eu topei testá-lo. No primeiro treino,
ele ficou entre os reservas mas, no segundo, ganhou a camisa do time
principal e viajou conosco para Portugal. Ele sempre teve uma visão de
gol muito grande. Podia até não fazê-lo, mas sempre acertava na sua
direção elogiou.
Ao contrário das cabeçadas, que nunca foram 100% aprimoradas, o outro
defeito do jovem Ronaldo foi corrigido, dando muitas alegrias para os
torcedores dos clubes pelos quais o Fenômeno atuou.
- Ele conseguiu desenvolver muito a perna esquerda, tanto é que ele a
usa muito bem nas caídas pelo lado do campo disse o técnico. Em 2009,
três dos dez gols marcados foram de perna esquerda: um contra a Ponte
Preta e os dois contra o Santos, pelo primeiro jogo da final do
Paulistão.
Naquele ano de 1993, Carlos Alberto Silva e Ronaldo enfrentaram o
Internacional, adversário da final da Copa do Brasil deste ano, por duas
oportunidades, ambas no Brasileirão.Na primeira, derrota por 3 a 0 no
Beira-Rio. Já na segunda, vitória por 4 a 1, no Mineirão, com gol do
promissor Ronaldo. Desta vez, Silva aposta em um empate no Pacaembu.
- Gosto muito do Tite e torço também pelo Ronaldo. Um para cada lado não
deixará ninguém triste finalizou. |