O presidente da Fifa, Joseph Blatter, declarou nesta
segunda-feira que está preocupado com a invasão de jogadores brasileiros em
seleções de outros países. Para o dirigente, há um sério risco de muitas equipes
naturalizarem brasileiros apenas para se reforçarem.
- Se não tomarmos cuidado com a invasão do Brasil sobre Europa, Ásia e África,
na Copa do Mundo de 2014 ou de 2018, teremos 16 dos 32 times repletos de
jogadores brasileiros. Este perigo é real. Existem 60 milhões de praticantes de
futebol no Brasil. Uma em cada três pessoas chuta uma bola - disse Blatter, em
entrevista coletiva.
Atualmente, a maioria dos países europeus exige que uma pessoa fique dois anos
em seu território para ganhar a cidadania. Foram os casos de Deco e Pepe, que
defenderam o Porto e estão na seleção portuguesa, e de Eduardo da Silva,
ex-Dínamo de Zagreb e atacante da Croácia.
Outra preocupação de Joseph Blatter é com as transmissões internacionais do
Campeonato Inglês. O dirigente acha que o aumento crescente da popularidade dos
clubes do país em outros continentes pode prejudicar os torneios locais.
O presidente da Fifa citou a África do Sul como exemplo. No país, que será sede
da próxima Copa do Mundo, as redes de televisão transmitem partidas inglesas ao
vivo e as partidas do campeonato nacional, que acontecem no mesmo horário, ficam
com pouca cobertura.
- Não podemos intervir em princípios econômicos. As únicas pessoas que podem
parar com isso são os donos dos direitos de transmissão. Nós tentamos falar com
eles sobre solidariedade e nos disseram que éramos românticos. Esse problema
precisa ser contornado porque o futebol não pode se desenvolver com apenas
grandes times na televisão - disse o dirigente. |