Jogadores e membros da comissão técnica da Seleção Brasileira comemoraram nesta
terça-feira a decisão da Fifa de proibir jogos internacionais em cidades
localizadas a mais de 2,5 mil metros acima do nível do mar.
No embarque para amistosos que a Seleção fará na Europa, os jogadores que
passaram por experiências na altitude, como Juan e Gilberto, eram os mais
entusiasmados com a decisão, enquanto o auxiliar técnico Jorginho foi o mais
comedido.
Isso porque a orientação na CBF é comentar pouco sobre o assunto para evitar que
haja perdas de apoio à campanha brasileira para sediar a Copa do Mundo de 2014,
já que os países sul-americanos foram os principais afetados pela medida.
"Acho que é bacana colocar todo mundo no mesmo nível, para que as equipes de
melhor nível técnico possam apresentar seu melhor futebol", defendeu Gilberto.
"Tem gente que passa mal parado, imagina correndo 90 minutos. Acho que a decisão
da Fifa foi acertada. Só quem tem a ganhar são os jogadores e o futebol",
completou
Para o zagueiro Juan, a decisão de vetar partidas na altitude demorou a ser
tomada pela Fifa. "Foi uma decisão atrasada, já estava mais do que na hora de
acontecer isso. Foi perfeita a atitude antes que acontecesse algo mais grave com
algum jogador, não tem porque jogar numa altitude daquela", disse.
Já Jorginho procurou segurar o entusiasmo, embora tenha feito coro com os
jogadores em defender a proibição. "Creio que tudo que a Fifa determina é bem
pensado, não é uma decisão do nada", declarou.
Segundo dados do site da CBF, a maioria das derrotas do Brasil para seleções
sul-americanas aconteceu na altitude. Em 24 jogos contra a Bolívia, por exemplo,
a Seleção perdeu quatro partidas, sendo três em La Paz, a 3,6 mil metros acima
do nível do mar, e uma em Cochabamba, a 2,5 mil metros de altitude.
Contra o Equador foram duas derrotas em 23 jogos, todas elas realizadas na
capital Quito, a 2,8 mil metros de altura. Contra a Colômbia, a Seleção realizou
2,6 mil metros. |