Mesmo considerando o bom histórico, a vitória do
Milan por 3 a 0 sobre o Manchester United foi algo especial. Durante o primeiro
tempo, em especial, o Milan simplesmente não deu chances ao rival e dominou a
posse de bola, culminando com gols de Kaká e Clarence Seedorf.
O técnico Carlo Ancelotti considerou os primeiros 45 minutos como a melhor
atuação do Milan desde que ele assumiu a equipe, em novembro de 2001.
A final contra o Liverpool em Atenas, no dia 23 de maio - uma repetição da
decisão de 2005 em Istambul - será a terceira da equipe em cinco anos.
"Esse é um objetivo para o qual nos preparamos e seguimos por dois anos, porque
a ferida de Istambul ainda dói", disse Ancelotti ao jornal Corriere dello Sport.
"Chegar a esta final foi mais difícil do que as outras duas, mas agora temos uma
chance de conseguir a revanche", emendou.
O Milan, cuja punição sofrida por envolvimento no escândalo de manipulação de
resultados do futebol italiano no ano passado tinha inicialmente tirado a equipe
da Copa dos Campeões, conseguiu retornar à competição após um recurso, mas
precisou disputar a fase classificatória.
A vitória sobre o Manchester voltará a despertar questionamentos sobre como uma
equipe que normalmente fica em segundo ou terceiro na Série A pode ser tão forte
nas competições européias.
Nos últimos anos, o Milan foi alvo de críticas por não contratar jogadores e ter
um elenco limitado.
O goleiro Dida, os laterais Cafu e Massimo Oddo, o zagueiro Alessandro Nesta, o
meia Seedorf e o atacante Filippo Inzaghi já passaram da casa dos 30, enquanto o
capitão Paolo Maldini está com 38.
Mas com a idade vem a experiência, que é vital em torneios eliminatórios como a
Copa dos Campeões.
Oito dos 11 titulares do Milan contra o Manchester jogaram a final de 2003,
quando a equipe venceu a rival Juventus nos pênaltis.
"Quando você olha para o Milan, o time está junto há muitos anos e isso é
absolutamente crucial neste nível", reconheceu o treinador do Manchester, Alex
Ferguson, após a derrota de sua equipe. |