O goleiro brasileiro Dida, do Milan,
atingido nesta terça-feira por um sinalizador no ombro esquerdo durante
a vitória de sua equipe de 1 a 0 sobre a Internazionale, pelas
quartas-de-final da Liga dos Campeões, sofreu queimaduras e uma contusão
leve, e encontra-se em bom estado, disse o técnico da equipe, Carlo
Ancelotti. Dida, que não voltou ao campo quando a partida foi reiniciada
após a interrupção, precisou de atendimento médico no gramado e no
vestiário, segundo noticiou a agência EFE.
- Foi uma reação inesperada e injustificável (da torcida). É a primeira
vez que vejo algo assim em um clássico milanês. Lamento muito, pois é
algo que castiga todos, os dois clubes e a cidade de Milão, que sempre
dera mostras de grande correção - declarou Ancelotti.
O Milan deve ter sua classificação para as semifinais assegurada pela
Uefa, pois estava vencendo a partida por 1 a 0 com gol do ucraniano
Andriy Shevchenko e já ganhara a de ida por 2 a 0.
Shevchenko também expressou sua "tristeza e desgosto" com o ocorrido.
- Também lamento pela Inter, pelo que pode acontecer com o time. O jogo
começou nervoso, mas depois as coisas se acalmaram. Porém mais tarde a
noite foi arruinada para todos - disse o atacante.
Os jogadores da Inter evitaram falar do ocorrido na arquibancada.
- Lamento o ocorrido. Jogamos bem, mas topamos com um excelente Dida. E,
com o gol de Shevchenko, as coisas se complicaram. Lamento a forma como
fomos eliminados, mas estou contente pelo trabalho realizado pelos meus
jogadores - disse o técnico Roberto Mancini.
O argentino Javier Zanetti, capitão da Internazionale, também não quis
falar do comportamento da torcida.
- Todo o mundo viu, e prefiro falar da partida, que sabíamos que seria
difícil, mas enfrentamos muito bem. Mas topamos com um grande Dida.
A equipe da Internazionale também lamentou a anulação do gol do
argentino Esteban Cambiasso, no segundo tempo, que deixaria o placar do
jogo empatado, mesmo que a classificação ainda fosse praticamente
impossível para o time.
O zagueiro colombiano Iván Córdoba considerou "justa a raiva dos
seguidores com a anulação do gol", mas disse que isso "não justifica a
reação que eles tiveram". |