Teresópolis - A Seleção Brasileira deu
início, nesta terça-feira, à preparação visando às partidas contra o
Peru, dia 27, em Goiânia, e Uruguai, dia 30, em Montevidéu, pelas
Eliminatórias para a Copa de 2006. Antes do primeiro treinamento, na
Granja Comary, em Teresópolis, os jogadores falaram com a imprensa e
fizeram questão de repudiar as manifestações de racismo que vêm
ocorrendo, principalmente, na Europa.
'Sempre participo de campanhas contra racismo. Graças a Deus, nunca
passei por nada como isso, mas vejo muitos amigos sofrendo com esse
preconceito. Isso me dá muita raiva. Só espero que este tipo de
manifestação não venha para os campos brasileiros', advertiu o meia
Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona.
O volante Émerson, da Juventus, também fez questão de registrar sua
repulsa às agressões, principalmente, contra os negros. 'Felizmente,
nunca passei por isso, mas está acontecendo muito na Europa. Não tenho
notícias de algo parecido aqui no Brasil. É muito chato e espero que
algo esteja sendo feito para ser evitado.'
Já o meia Kaká preferiu destacar a complexidade do assunto, alertando
para a necessidade de um comportamento mais rigoroso das autoridades. 'Já
falei sobre isso com os repórteres na Itália. Isso é um problema mais
complexo do que parece para muitos. O ideal é investirmos em uma melhor
educação. Mas como não isto está acontecendo, tem que haver punição
mesmo', bradou o jogador do Milan.
Kaká pede punição severa contra racistas
As constantes manifestações de racismo que têm acontecido no futebol
brasileiro e mundial acabaram virando assunto no primeiro dia da Seleção
Brasileira em Teresópolis, onde os atletas se preparam para a partida de
domingo contra o Peru, em Goiânia, pelas Eliminatórias para a Copa do
Mundo de 2006. O meia Kaká defendeu punição severa.
- Eu até já conversei com jornalistas italianos sobre isso, que é um
problema muito sério, já que vai muito além do campo. Acredito que o
caso é de educação, mas para quem não é educado, deve haver uma punição
severa - reclamou Kaká.
Apesar de garantir que nunca foi vítima desse tipo de atitude, o volante
Emerson também lamentou a situação.
- Nunca passei por isso, mas lamento pelos meus companheiros, pois sei
que para eles não foi uma experiência positiva - disse o volante.
O capitão Cafu disse que a questão também precisa ser tratada com muito
carinho no Brasil.
- Antes de olharmos para a Europa temos que resolver o problema no
Brasil, pois aqui o racismo também é forte - disse Cafu. |