A CBF espera "providências enérgicas" da
Fifa após o ex-técnico da Argentina Carlos Bilardo ter confessado, em
uma entrevista à revista portenha "Veintitres", que misturou
tranqüilizantes na água oferecida aos jogadores brasileiros durante a
partida contra a Seleção, na Copa de 1990, conforme o então lateral
Branco havia denunciado após o jogo.
Segundo o secretário-geral Marco Antônio Teixeira, a entidade fará um
dossiê com as declarações de Bilardo e enviar, na segunda-feira,
diretamente ao presidente da Fifa Joseph Blatter.
– É um caso de extrema gravidade, sobretudo porque poderia ter afetado a
saúde de um jogador. Solicitamos providências enérgicas da Fifa sobre o
assunto – disse.
O presidente Ricardo Teixeira afirmou que, apesar da revelação do
treinador, o Brasil não deve usar isso para justificar a derrota por 1 a
0, que valeu a eliminação nas oitavas-de-final daquela Copa.
– Isso não afetou, até porque o Branco não participou da jogada do gol.
Mas o fato em si, se é que existiu, é deplorável – declarou.
Na entrevista, Bilardo diz "não posso dizer que isso não aconteceu" e
depois não nega que o massagista Miguel Di Lorenzo ofereceu a água com
doping aos brasileiros.
Em dezembro, Diego Maradona já havia revelado que os argentinos sabiam
que algumas das garrafas estavam com tranqüilizantes. O ídolo afirmou
até que ofereceu água para Branco, que depois de beber "ficou tonto e
mal conseguia chutar a bola".
Porém, nesta quarta, em entrevista ao Jornal Nacional, Bilardo negou
qualquer participação na possível trapaça portenha.
– Não digo sim ou não porque não sei sei de nada. Até hoje nenhum
jogador comentou isso comigo. Não faria isso com ninguém.
Procurado pelo LANCE!, o assessor de imprensa da Fifa John Schumacher
disse desconhecer o assunto e que a entidade não poderia dar sua posição
por enquanto. |