Chegou ao fim na sexta-feira o sequestro da
mãe do atacante do Santos Robinho, Marina de Souza. Ela saiu do
cativeiro após mais de um mês de sequestro e foi levada a um hospital
para ser submetida a exames, segundo o empresário do jogador.
"Ela já falou com o Robinho e já tem gente em São Paulo para buscá-la",
disse Wagner Ribeiro. Segundo o empresário, o jogador quer disputar a
partida decisiva do Campeonato Brasileiro no domingo, contra o Vasco da
Gama.
A assessoria de imprensa do Hospital Metropolitano confirmou que ela
está realizando exames no local e um boletim médico deve ser divulgado
em breve. Ela deve ir direto para Santos depois.
Marina Souza, 43, foi levada no dia 6 de novembro de uma casa na Praia
Grande, onde preparava um churrasco. Dois homens invadiram a casa, um
deles armado com uma pistola, e prenderam outras três pessoas em um
banheiro.
Nesse dia Robinho estava concentrado com a equipe em Santa Catarina para
a partida contra o Criciúma, e foi dispensado pelo técnico Vanderlei
Luxemburgo.
Desde então ele não jogou mais com a equipe, apesar de ter participado
dos treinos "para espairecer um pouco e para manter a forma física",
segundo o jogador.
A assessoria de imprensa do Santos não deu mais detalhes sobre a
libertação de Marina. O empresário do jogador disse que ela estava no
bairro de Perus, em São Paulo.
HIPÓTESES
Desde o início do caso, a polícia santista trabalhou com duas hipóteses.
A primeira de que Robinho vinha sendo vítima de extorsão e que, por ter
se recusado a fazer um pagamento, teria sido vítima de vingança.
A segunda hipótese seria que, de fato, um típico caso de sequestro. O
delegado Alberto Corazza, à frente da investigação do caso, disse à
Reuters, no dia seguinte ao sequestro, que "parece que anteriormente já
houve extorsão (com o jogador)".
A informação teria sido passada a ele por Gilson Souza, pai de Robinho,
o primeiro da família a contatar a polícia.
Segundo o pai, o atacante foi pego numa blitz policial, quando estava
com um amigo que levava drogas. Apesar de o material não estar com
Robinho, o atleta teria feito um pagamento, exigido pelo responsável
pela blitz, para que o caso acabasse aí e não viesse a público.
Como o policial exigiu novo pagamento e Robinho se recusou a fazê-lo,
sua mãe teria sido levada por vingança.
Outra possibilidade aventada pela família foi de que a blitz, na verdade,
teria sido falsa, armação do amigo de Robinho. Uma pessoa teria se
passado por um policial e parado o carro do atacante, exigindo dinheiro
para não o pegar em flagrante com o amigo que portava drogas.
Depois de fazer um primeiro pagamento, Robinho teria descoberto a farsa
e se recusado a fazer um segundo. Daí, novamente, a vingança.
Só que no domingo, 7 de novembro, um dia após o sequestro, Robinho negou
veementemente esta versão à polícia e, em seguida, pediu para ela se
afastar do caso.
Disse que a família preferia negociar sozinha com os sequestradores,
pois assim teria mais chances de resgatar Marina de Souza com vida.
Mesmo assim, a polícia continuou no caso, pois, como disse o delegado
Corazza, tinha obrigação de tentar prender os sequestradores. Segundo
ele, entretanto, a polícia deixou de manter contato com a família. |