A2.850m de altitude, a pressão atmosférica
diminuiu, o volume de oxigênio e as cobranças também. Ninguém deve
esperar um desempenho fisicamente exuberante da seleção brasileira no
jogo contra o Equador, hoje, às 19h (de Brasília), no Estádio Atahualpa,
em Quito, pelas Eliminatórias da Copa de 2006. Neste ambiente, a pressão
interna, aquela que faz o peito parecer explodir, é que incomoda. Apesar
da liderança e da invencibilidade, o técnico Carlos Alberto Parreira diz
que ainda não está satisfeito. Hoje, diante da impossibilidade de correr
com a bola, os jogadores têm a possibilidade de agradar ao comandante,
velho defensor da paciência, do volume de jogo e da posse de bola.
— Ainda não estamos como eu gostaria. Pela qualidade que tem, o Brasil
poderia ficar com a bola por muito mais tempo e impor seu jogo com mais
força e intensidade. Claro que na altitude o jogo se torna diferente,
mas para evitar gastos desnecessários, quem ficar com a bola pode levar
vantagem — disse o treinador, que vai lançar Kleberson no meio, já que
Zé Roberto e Edu estão machucados.
Vitória da LDU sobre Santos anima locais
Em quarto lugar, com 23 pontos, o Equador só marcou pontos em casa, onde
está invicto: foram quatro vitórias e um empate. No confronto do
primeiro turno, as dificuldades já foram vistas ao nível do mar, quando
o Brasil ganhou por 1 a 0, gol de Ronaldinho Gaúcho. Hoje, para se
aproveitar dos efeitos da altitude, os anfitriões devem avançar a
marcação e acelerar o ritmo do jogo. Nas eliminatórias para a Copa de
2002, o Brasil perdeu em Quito por 1 a 0.
— O Equador não é só altitude — avisou o técnico Luis Suarez. —
Esperamos ganhar novamente.
Ronaldo conhece pouco o rival. Perguntado sobre algum jogador de
destaque, preferiu generalizar.
— É uma boa equipe que vai querer tirar uma casquinha em cima da gente.
Não podemos esquecer que a altitude torna o jogo diferente. Fica difícil
dar um pique e se recuperar em seguida.
Para minimizar o mal-estar causado pela altitude, que se agrava a partir
do segundo dia, a delegação só viaja para Quito hoje de manhã.
A recente eliminação do Santos pelo equatoriano LDU na Copa
Sul-Americana aumentou o entusiasmo local. Todos os 38 mil ingressos já
foram vendidos. Mas o coordenador Zagallo não deixou de provocar:
— O goleiro deles não é tão bom, temos que chutar de longe porque ele
aceita.
Parreira lembrou que o adversário participou pela primeira vez de uma
Copa em 2002 e vem evoluindo tecnicamente. Depois de exaltar o
crescimento do futebol da Venezuela, antes de goleá-la por 5 a 2, o
treinador agora fala em evolução técnica do Equador. Na análise de
Parreira e pela tabela das eliminatórias, não existe mais bobo do lado
debaixo do Equador. |