Depois de montar
sua equipe sem contar com os jogadores habitualmente titulares de Milan e Bayern
de Munique, o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, tem agora
algumas dúvidas na escalação do time para o jogo com a Venezuela, pelas
eliminatórias para a Copa do Mundo, após a volta desses atletas.
As principais dúvidas de Parreira estão nos dois extremos do campo: o miolo da
zaga e a formação do ataque. Na defesa, o treinador terá que decidir pela
manutenção de Juan ao lado de Roque Júnior ou se promoverá o retorno de Lúcio,
titular antes de lesionar-se seguidamente e de ser punido pela CBF.
"Tanto o Lúcio, que vinha jogando e que ficou de fora dos últimos jogos por
causa de contusão, quanto o Juan, que esteve muito bem na Copa América e também
quando teve que entrar no lugar do Lúcio me deixam tranquilo. Com qualquer um
deles a seleção terá um rendimento acentuado", afirmou o técnico em coletiva de
imprensa após o treinamento da equipe na terça-feira em Teresópolis.
Já na frente a situação é mais complicada. Na última partida da equipe nas
eliminatórias, contra a Bolívia, Parreira escalou o ataque com Ronaldo e Adriano,
artilheiro do time na Copa América do Peru.
Porém, o técnico agora volta a contar com o meia-atacante do Milan Kaká, e já
adiantou que ainda não sabe como jogará o time.
Segundo o treinador, as opções são duas: escalar dois jogadores de área (Ronaldo
e Adriano), sacando um dos meias de ligação (Ronaldinho Gaúcho ou Kaká), ou
jogar apenas com um atacante.
"Uma das coisas que temos que resolver durante o treinamento é a manutenção de
dois pontas de lança, ou se voltaremos a jogar da maneira anterior, com apenas
um ponta de lança e o Ronaldinho, ou o próprio Kaká, mais avançado. Isso ainda
tem que ser resolvido", afirmou o treinador, enfatizando a importância de manter
uma base.
"Mas a base tem que ser mantida. Temos que nos preocupar em formar o time, e se
você começar a ir por outros caminhos você acaba não formando um time. A idéia é
essa, não mudar muito isso."
Parreira também confirmou o volante Renato, do Sevilla, como substituto do
cortado Edmílson no meio-campo. O jogador do Barcelona submeteu-se a uma
cirurgia no joelho na segunda-feira e ficará no mínimo seis meses afastado dos
gramados.
"O Renato já está escalado, até porque ele foi muito bem na Copa América jogando
como primeiro volante", afirmou o treinador.
TIME ALEGRE
Parreira acrescentou que tem observado ultimamente a alegria dos jogadores da
seleção quando se reencontram, o que, segundo ele, tem ajudado muito no sucesso
da equipe nas últimas competições.
O treinador descreveu a caminhada da equipe nas eliminatórias como satisfatória,
e citou como pior resultado o empate em casa com o Uruguai por 3 x 3, quando o
Brasil fez 2 x 0 e permitiu a virada.
Para ele, a liderança na competição se deve à união do grupo, que acaba
transformando a seleção em um time.
"Acho que o perfil é esse. Metade desses jogadores foram pentacampeões mundiais
juntos e isso marca a vida de qualquer profissional. A impressão que eu tenho é
que todos estão felizes aqui apesar das viagens e das dificuldades. Esse
encontro quase que mensal fez com que a seleção ficasse com essa cara de time",
afirmou ele. |