08/09/2004
Brasil e Alemanha empatam em jogo ruim

Foto: ESTATUA DE OLIVER. Ronaldinho dejó así de clavado a Kahn en la falta magistral del 0-1.

BERLIM - Brasil e Alemanha ficaram longe de honrar os oito títulos mundiais que já conquistaram. Nesta terça-feira, na reabertura do Estádio Olímpico de Berlim, os dois países empataram por 1 a 1 em jogo de baixíssimo nível técnico, com gols de Ronaldinho Gaúcho e Kuranyi. Os alemães, que viam no amistoso uma chance de pôr fim à má fase, foram ligeiramente superiores, mas continuam devendo um bom futebol. E a equipe de Carlos Alberto Parreira se mostrou preguiçosa para fugir da aplicação tática adversária.

Quando Ronaldinho Gaúcho abriu o placar com um golaço de falta, logo aos oito minutos, os torcedores locais devem ter pensado que assistiriam a mais um capítulo do drama vivido atualmente pelos tricampeões do mundo. O ex-melhor goleiro do mundo Oliver Kahn parado, olhando a bola entrar no ângulo direito, era a imagem do declínio alemão. Mas o gol brasileiro acabou servindo para despertar os donos da casa, que aos poucos passaram a dominar a partida, mais na base da determinação do que do talento.

Antes de chegar ao empate, aos 16, os alemães já tinham criado chances com Asamoah, Ballack e Kuranyi, o atacante brasileiro que adotou a cidadania germânica. E foi exatamente Kuranyi quem aproveitou um momento de desatenção da zaga do Brasil para marcar: Deisler cruzou da esquerda, a bola desviou em Juan e sobrou para o camisa 22, que ajeitou no peito e tocou na saída de Júlio César.

Parreira: 'Estamos nos movimentando pouco'

Sem criatividade, o Brasil não conseguia evitar a marcação adversária e praticamente não voltou ao ataque. A Alemanha esteve perto de virar aos 23 minutos, em chute cruzado de Kuranyi que Júlio César salvou com a ponta dos dedos. Na cobrança do escanteio, o zagueiro Hutch deu uma trombada no goleiro brasileiro e quase deu início a uma confusão, mas logo os ânimos serenaram.

No fim do primeiro tempo, o técnico Carlos Alberto Parreira reconheceu que atuação nacional deixou a desejar.

- Estamos errando na marcação e nos movimentando pouco. Temos que consertar muita coisa, senão as coisas vão ficar complicadas - observou.

Apesar das observações do treinador, o Brasil voltou para o segundo tempo com os mesmos problemas. A situação só não se complicou, como temia Parreira, porque a Alemanha já não apresentava o ímpeto da etapa anterior. Diante desse panorama, os últimos 45 minutos foram apenas burocráticos.

A única boa chance dos pentacampeões saiu de um contra-ataque puxado por Ronaldinho, aos dez: ele entrou na área pela esquerda, se livrou de Fahrenhorst e chutou forte, pouco acima do travessão de Kahn. A paciência de Parreira se esgotou e, aos 15, ele fez três mudanças no time: saíram Belletti, Juninho Pernambucano e Ronaldinho Gaúcho para as entradas de Maicon, Renato e Alex. Logo depois, Júlio Baptista substituiu Adriano. Mas nada mudou: muitos toques para o lado das duas equipes e nenhuma objetividade.

09.09.2004 07:08 +0400
O Globo