O técnico Carlos Alberto Parreira não deve
convocar para o jogo da Seleção contra a Bolívia os cinco jogadores que
não se apresentaram para partida desta quarta-feira contra o Haiti, de
acordo com fontes da CBF.
Os jogadores são Kaká, Dida e Cafu, do Milan, e Lúcio e Zé Roberto, do
Bayern de Munique, que não foram liberados pelos clubes para a viagem ao
Haiti.
Parreira deve fazer a convocação na noite desta terça-feira, depois da
visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer ao estádio,
em Santo Domingo, onde o Brasil treina para o jogo contra o Haiti.
"É uma situação muito delicada para o jogador. O atleta tem de ficar de
fora disso e deixar que toda a negociação aconteça entre a Seleção e o
clube", disse o jogador Ronaldo, em uma entrevista coletiva.
"O Cafu insistiu com o Milan, mas o clube não deixou. Estamos muito
tristes com a ausência de nosso capitão (Cafu)", disse o lateral Roberto
Carlos.
Roberto Carlos disse ainda que os jogadores sempre têm interesse em
defender a Seleção.
"Os clubes têm de entender a importância de liberar os jogadores. Mesmo
que o clube não goste muito, se a Seleção quer, o atleta tem de jogar",
opinou.
Parreira já havia dito que apesar de os clubes europeus terem a seu
favor um contrato, que só obriga a liberação do atleta para amistosos na
Europa, os jogadores também não teriam se esforçado para convencer as
equipe do contrário e participarem da partida no Haiti.
Mas Roberto Carlos disse estar confiante que o técnico Parreira vai
convocar "os melhores" para a partida contra a Bolívia 0 em 4 de
setembro, no estádio do Morumbi - válida pelas eliminatórias da Copa do
Mundo de 2006.
"Com a Bolívia, vamos jogar em casa, então acho que somos os favoritos.
Com a Venezuela depois vai ser mais difícil. O importante para o Brasil
é ganhar as cinco próximas partidas para garantir a classificação
antecipada para a Copa", comentou Roberto Carlos.
Haiti Tanto Ronaldo quando Roberto Carlos disseram que estão confiantes
de que não haverá problemas de segurança durante a passagem deles pelo
Haiti, que passa por um momento político complicado.
"Fiquei um pouco preocupado no começo, mas recebemos garantias de que
tudo está sendo feito para garantir a segurança da Seleção", declarou o
atacante.
Os atletas vão entrar em campo na quarta-feira acompanhados de 22
crianças haitianas. Ronaldo vai levar pela mão um menino haitiano de 4
anos de idade - portador do vírus HIV - que vai ganhar a camiseta do
jogador no fim da partida.
Ronado afirmou que "todo jogador tem obrigação, como cidadão, de apoiar
estas causas humanitárias."
Ele revelou que ainda este ano será realizado o jogo "amigos de Ronaldo
contra amigos de Zidane", com parte da renda para ser revertida para
projetos sociais no Haiti. |
