Para astros já consagrados da seleção
brasileira, como Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, o amistoso na quarta-feira
contra o Haiti, em Porto Príncipe, será apenas o "Jogo da Paz". Mas
alguns dos convocados encaram a partida de outra forma. O atacante
Nilmar, do Internacional, o volante Magrão, do Palmeiras, e o meia Roger
e o goleiro Fernando Henrique, ambos do Fluminense, vestirão no jogo,
pela primeira vez em suas carreiras, a camisa da seleção principal do
Brasil.
"Como não fui convocado para a Copa América, achei que não teria mais
chance na seleção", comentou Magrão antes de embarcar na noite de
domingo com a comissão técnica e outros jogadores do Rio de Janeiro para
Santo Domingo, na República Dominicana, onde o time ficará concentrado.
Quase todos os atletas de clubes brasileiros para o jogo contra o Haiti
foram chamados na última hora, pelo receio de que alguns dos astros que
estão no futebol europeu, entre eles Dida, Cafu e Kaká, do Milan, não
sejam liberados.
Com a potencial ausência do goleiro titular da seleção, Júlio Cesar, do
Flamengo, deve ficar com a camisa numero 1. Fernando Henrique será o
reserva. "Não esperava a convocação, me pegou de surpresa", admitiu o
goleiro do Fluminense.
A convocação do time principal foi pedido do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que também estará presente ao jogo. A partida está inserida
nos esforços para a reconstrução do Haiti que, em fevereiro, teve seu
chefe de Estado Jean-Bertrand Aristide deposto após uma revolta armada.
O Brasil assumiu em junho a força de paz da Organização das Nações
Unidas (ONU) no país caribenho, o mais pobre das Américas, enviando um
contingente de 1.200 soldados.
Apenas dois entre os jogadores que atuam na Europa terão liberdade para
não participar do amistoso: Adriano, da Internazionale, e Edmilson,
recentemente transferido ao Barcelona.
O primeiro pela morte recente do pai e o segundo por estar no meio do
processo de obtenção de visto de residência na Espanha. Fora esses dois,
ninguém foi desconvocado, comentou um porta-voz da CBF. |