Ronaldo mantém baixa média com a seleção de Parreira
16/11/2003
Ronaldo mantém baixa média com a seleção de Parreira
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Os jogadores da seleção brasileira apostaram
que Ronaldo seria o melhor em campo contra o Peru, mas o palpite estava
errado. Neste domingo, o atacante do Real Madrid manteve a rotina de só
brilhar por seu clube em 2003.
Na seleção, o mais famoso jogador do país voltou a ter uma atuação apagada,
sem dar o troco nos peruanos, que o provocaram nos últimos dias.
O atacante prometera marcar pelo menos uma vez no jogo em Lima, mas passou
em branco.
Além de queimar a língua, ele viu aumentar o seu jejum de gols pela
seleção brasileira. Agora são três partidas seguidas pelo Brasil sem
balançar as redes.
Novamente, Ronaldo viu adiado o sonho de marcar o seu 50º gol com a camisa
amarela -o atacante sonha também em superar Pelé em gols pela seleção, mas
não foi dessa vez que iniciou a arrancada para alcançá-lo.
A habilidade e as arrancadas em direção ao gol adversário, que encantam os
torcedores do Real, mais uma vez não fizeram parte do repertório de
Ronaldo pela seleção neste ano.
No primeiro tempo da partida, ele não fez nenhuma finalização e nenhum
cruzamento.
O fraco rendimento fez Ronaldo ser esquecido pelos colegas. Tanto que ele
foi o menos acionado nos 45 minutos iniciais, ao lado do zagueiro Roque
Júnior, jogador bem menos badalado.
Cada um recebeu apenas nove bolas, segundo o Datafolha. Na etapa inicial,
ele roubou duas bolas, mas perdeu quatro. No segundo tempo, ele foi mais
procurado e terminou o jogo sendo acionado 22 vezes, marca maior do que a
de Zé Roberto, por exemplo.
Na etapa final, na jogada em que mais assustou os peruanos, acertou a
trave e na sequência mandou para as redes. O juiz, porém, já tinha marcado
impedimento. Ele perdeu mais duas chances (as únicas finalizações que fez
na partida) para marcar.
Lento, não conseguiu acompanhar os companheiros Kaká e Rivaldo.
Demonstrando estar cansado, muitas vezes ficou andando com as mãos nas
cintura.
Um lance, aos 40 minutos, foi o mais emblemático da fase atual do atacante
com a camisa do Brasil. Ao perder a bola, fez uma falta por trás num
adversário.
A atuação deste domingo aumentou o abismo entre o Ronaldo da seleção e o
do Real. Pelo Brasil, disputou sete partidas e fez só um gol em 2003. A
média é de 0,14 por partida, a pior de sua carreira pela equipe nacional.
No time espanhol, ele parece ser outro jogador, com muito mais facilidade
para superar os goleiros adversários. Sua média é de 0,79 gol por com a
camisa do Real.
Mesmo sem ser tão perigoso como nos jogos por seu time, ele foi perseguido
como costuma ser pelos defensores do Espanhol. Ele sofreu duas faltas. Na
Espanha, recebe, em média, 1,7 falta.
A repetição do fraco desempenho de Ronaldo não foi suficiente para fazer o
técnico Carlos Alberto Parreira deixar de apostar no principal jogador da
conquista do pentacampeonato mundial.
Mesmo com o fraco desempenho nos 90 minutos e com colegas atuando melhor,
ele ficou em campo até o final da partida.
Por Paulo Cobos
Enviado especial da Agência Folha
Em Lima (Peru)